Miscigenação
A pretinha sai esbaforida,
Num misto de desilusão, mágoa e medo...
Muito medo!
Tropeça no banco da sala,
Dá de cara com a porta taramelada.
Desespera-se
E as pernas se acusam bambas.
Muito medo!
Volta-se, braços sobre o torso,
Aguilhoando o imberbe colo
E arfa pela boca ressequida e ressaqueada.
Prestes a se ver saqueada do que tinha de mais íntimo,
Vasculha o cômodo cheio de fantasmas.
Grita, colada à porta, a não mais poder...
O zelo se arrefece
Ante o medo,
(Muito medo!),
Agora pavor... Agora terror
Da noite que lhe cai sobre...
Do “patrãozinho” que lhe cai sobre
(Cio pro/anunciado nos olhos azuis).
Muito tarde para ela descobrir
Que somente sob os lençóis alvos
Se vestiria de branco(a)!