Miscigenação

A pretinha sai esbaforida,

Num misto de desilusão, mágoa e medo...

Muito medo!

Tropeça no banco da sala,

Dá de cara com a porta taramelada.

Desespera-se

E as pernas se acusam bambas.

Muito medo!

Volta-se, braços sobre o torso,

Aguilhoando o imberbe colo

E arfa pela boca ressequida e ressaqueada.

Prestes a se ver saqueada do que tinha de mais íntimo,

Vasculha o cômodo cheio de fantasmas.

Grita, colada à porta, a não mais poder...

O zelo se arrefece

Ante o medo,

(Muito medo!),

Agora pavor... Agora terror

Da noite que lhe cai sobre...

Do “patrãozinho” que lhe cai sobre

(Cio pro/anunciado nos olhos azuis).

Muito tarde para ela descobrir

Que somente sob os lençóis alvos

Se vestiria de branco(a)!

Paulo Pazz
Enviado por Paulo Pazz em 03/01/2011
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