O MUNDO SE CALOU!

Não adiro ao silêncio

enquanto se escutarem

bombas e gritos

os campos estão dispersos,

que não extintos

morrem de fome e doença

milhões de descriminados

a prepotência tem outra voz,

mas lesa-nos a mesma

garra infecta

não enterrei os mortos

de Auschivtz e Treblinka

porque enquanto um ser humano

se achar superior

o nazismo perdura

e é preciso estar atenta

lavra o mal qual labareda

Gangs de mão estendida

skin heads, bonecos de feira

gritam Heil de braçadeira

tinta de sangue na manga

e o luto da cruz gamada

é como uma profecia

mais grave na indiferença

Não farei silêncio nunca!

também sou da minoria

dos seres com consciência

também sou alvo na mira

eia eia eia

é preciso andar atenta

corre à solta a

Besta humana!

Lisboa, 28/1/2004