Arrependimento
Deitado em sua cama à noite,
não vê a prossição que os
mortos fazem por você.
Seu jardim está repleto de rosas negras,
e o cheiro de morte impregna
os ares vizinhos.
Com ouvidos tampados pelo orgulho
de suas fúteis atitudes, não consegue
ouvir seus próprios lamentos.
Os olhos parados não podem ver adiante,
e quando o toque frio e implacável
da lâmina imortal tocar-lhe,
será tarde demais para um perdão.
Confiar é doloroso, você mais que todos sabe.
Mas ainda é útil, embora pareça ter esquecido,
assim como todos os sentimentos que abandonou.
Talvez, somente talvez, não seja tarde ainda,
para comprar uma passagem para
trem do arrependimento, onde em paragens doentias
a última parada chama-se consciência.