Arrependimento

Deitado em sua cama à noite,

não vê a prossição que os

mortos fazem por você.

Seu jardim está repleto de rosas negras,

e o cheiro de morte impregna

os ares vizinhos.

Com ouvidos tampados pelo orgulho

de suas fúteis atitudes, não consegue

ouvir seus próprios lamentos.

Os olhos parados não podem ver adiante,

e quando o toque frio e implacável

da lâmina imortal tocar-lhe,

será tarde demais para um perdão.

Confiar é doloroso, você mais que todos sabe.

Mas ainda é útil, embora pareça ter esquecido,

assim como todos os sentimentos que abandonou.

Talvez, somente talvez, não seja tarde ainda,

para comprar uma passagem para

trem do arrependimento, onde em paragens doentias

a última parada chama-se consciência.

Giomar Rodrigues
Enviado por Giomar Rodrigues em 24/12/2010
Reeditado em 26/12/2010
Código do texto: T2690161
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