Nada cidadão
Seus olhos sangram a perda da liberdade
Não brilha o sentimento de paz em seu rosto
Em seu peito a infância jamais existiu
Desde pequeno seus pés pisaram em brasas
Machucados na carne e no coração sempre o vestiram
Jamais conheceu o toque do amor em sua alma
Os ouvidos atentos para gritos de violência
Que povoaram seu mundo desde que nasceu
Traçaram seu destino
Que dizer de uma miséria extrema?
Falta de emoção
Falta de proteção
Falta de arroz e feijão
Falta de educação
Falta de opção
Muitos abraçam as grades pela convicção
Mas, há os que abraçam as grandes pelo nada
Nada de afeição
Nada de alimentação
Nada de orientação
Nada de compreensão
Nada de adoção
A falta abundante
E o nada constante
Faz nascer a cada dia
Na sociedade da hipocrisia
O nada cidadão