CENA PESADA

Não posso ficar quieto; sentado,

E desperdiçar a comida

Que aqui é farta

Enquanto lá, é escassa...

A pele grudada aos ossos.

O olhar opaco; frio; distante.

As mãos trêmulas

Unidas em prece errada...

Pois pedem salvação ao morto;

Enquanto o vivo é esquecido.

Crianças, velhos e moços,

Como robôs, vagueiam atônitos,

Tendo como principal fundamento:

Qualquer coisa é alimento...

E isto é visto em todo o mundo.

É um verdadeiro absurdo.

O muito nas mãos de poucos;

E o pouco nas mãos de muitos...

Vi na televisão estampada

Uma cena para mim pesada,

A briga por um pedaço de pão

Entre alguns irmãos...

Essa cena em minha alma

Ficou definitivamente gravada.

Por isso hoje em minha casa;

Não desperdiçamos nada...

(PEREZ SEREZEIRO)

José R.P.Monteiro – SCSul SP serezeiro@hotmail.com serezeiro@yahoo.com.br

Perez Serezeiro
Enviado por Perez Serezeiro em 20/12/2010
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