Meu, brasileiro, irmão sertanejo.
Quanta coisa tem?
Quanta coisa cabe?
Dentro da gotinha
de Lágrima
Que pelo rosto
cai,
marcando caminhos,
percorrendo trilhas,
expondo histórias...
De uma gente
Que sobrevive e sente,
Que os sonhos
Se vão
Quase que de repente.
Que coisa tem?
Que coisa cabe?
Dentro da gotinha
Dessa lágrima
Que lava o rosto sertanejo
Em que as mãos trêmulas
Não conseguem
Enxugar.
Cobrem os caminhos,
Transbordam as trilhas,
Afogam histórias...
É a alma dessa gente
Que resiste em ficar.
Não abandonam a fé,
Os filhos, e o lar,
Trazem na veia
A marca
Amar.
E assim,
Por tanto suportar,
O sol queimar,
A barriga gritar,
E a mão calejar,
Esqueceu os caminhos,
Perdeu-se nas trilhas,
Apagou-se uma história,
Que teve seu
Início no tombo da primeira
Gotinha de lágrima,
Que pelo tempo
Em que veio caindo,
Não viu o milagre
Chegar,
Sentiu apenas, seu corpo
Secar...