Meu, brasileiro, irmão sertanejo.

Quanta coisa tem?

Quanta coisa cabe?

Dentro da gotinha

de Lágrima

Que pelo rosto

cai,

marcando caminhos,

percorrendo trilhas,

expondo histórias...

De uma gente

Que sobrevive e sente,

Que os sonhos

Se vão

Quase que de repente.

Que coisa tem?

Que coisa cabe?

Dentro da gotinha

Dessa lágrima

Que lava o rosto sertanejo

Em que as mãos trêmulas

Não conseguem

Enxugar.

Cobrem os caminhos,

Transbordam as trilhas,

Afogam histórias...

É a alma dessa gente

Que resiste em ficar.

Não abandonam a fé,

Os filhos, e o lar,

Trazem na veia

A marca

Amar.

E assim,

Por tanto suportar,

O sol queimar,

A barriga gritar,

E a mão calejar,

Esqueceu os caminhos,

Perdeu-se nas trilhas,

Apagou-se uma história,

Que teve seu

Início no tombo da primeira

Gotinha de lágrima,

Que pelo tempo

Em que veio caindo,

Não viu o milagre

Chegar,

Sentiu apenas, seu corpo

Secar...

Vitor Mailart
Enviado por Vitor Mailart em 12/12/2010
Código do texto: T2667141
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