VELHICE II

Já não tenho a mesma idade de tempos atrás

já não sou mais um menino...

nem um garboso rapaz , hoje estou cansado, debilitado ,

o que será de mim agora?

Ando amparado por uma muleta

meus olhos estão nublados e tristes

e na escuridão desse mundo vivo exilado

todo dia sou humilhado , desrespeitado , rejeitado...

estou cada vez mais mergulhado na sarjeta.

Hoje eu preciso de alguém para me ajudar...

para me dar a mão , para me guiar nessa escuridão ,

que cada dia aumenta mais nesse funesto mundo

sem compreensão e amor.

Fui abandonado , eu estou sempre sozinho ,

não consigo respostas , para mim todos se calaram ,

poucos são aqueles que ainda me olham com carinho

infelizmente esse é o preço , esse é o alto salário da velhice.

Ninguém me compreende...

ninguém me estende as mãos

já não sirvo mais , fui excluído da sociedade ,

a família me abandonou , deixei de ser cidadão.

Todos me olham de um jeito esquisito

eu fico sempre para trás

eu me sinto um bajesto , um lixo...

aqui nesse mundo eu sinto que eu não sirvo mais.

Eu não consigo entender porque tanta rejeição...

sempre contribuir para a sociedade , sempre fui cidadão ,

dentro da minha família eu era o esteio

e para todos eu estendia as mãos...

eu ainda sou um ser humano !

e dentro de mim ainda bate um coração.

04/12/10.

H.SILVA

HELIOS TAN
Enviado por HELIOS TAN em 04/12/2010
Reeditado em 04/04/2021
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