Meu Rio Piracuruca

Há em minha memória

De sementes e frutos

O rio Piracuruca que conheci.

Ele trazia em si quantos risos

Tantos eram os meninos

A mergulhar em suas águas.

Ramas de salsas nasciam-lhe

Aos pés dos caminhos

Onde cores variadas de crianças

Em inocentes brincadeiras

Anunciavam o branco

Das areias do leito.

O rio de minha infância

Quando transbordava

Apenas pisava nas margens

Por baixo das árvores

Como menino de cócoras

Traquinando da sombra no chão.

E se ouvia da ponte desse rio

Dos meninos, um assobio,

Ao ritmo dos passos

Dos peixes que nadavam:

Passeavam tal flauta mansa

Enleados nas enchentes

De janeiro a março.

Meu rio era uma pessoa

De olhar claro e limpo

E apenas se vestia de afinidade

Com a ladeira das casas

E embora se despisse no verão

Ainda dava ao povo de beber

E quando se enchia o pote

Não vinha lixo, mas água...

Teresa Cristina flordecaju
Enviado por Teresa Cristina flordecaju em 30/11/2010
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