ESTRADA
Os corpos tombam na estrada.
Por ela, vai o condutor
Guiando seu auto-motor.
Com ele, vai toda a família.
No começo, a alegria do passeio;
Depois de algum tempo,
O desgaste pela demora...
À vista, para se regalar,
São matas; que foram queimadas.
Bois ,vacas, que sumiram do pasto.
Gladiadores sem causa;
Somente com efeito,
Digladiam por um pé de terra...
Ferragens retorcidas
Ainda com manchas
Do sangue, ali vertido
Por alguém que foi pro além...
Cruzes no acostamento, sinalizam que ali,
Se foi mais uma vida.
Tempo de espera:
Calor, frio, chuva, sol.
O tempo não importa...
É passeio, é festa.
No final da estrada
A espera será recompensada
E da vista antes observada,
Já não restará lembranças.
Somente será lembrada
No percurso de volta,
Se, e somente se,
Daquela estrada
A família não fizer parte...
Tendo o nome gravado
Em uma cruz de alerta;
Como foi para essa família
Tantas outras vista,
Avisando para a atenção redobrada;
Pois o asfalto não tem pena,
Ele mata!
- Nas estatísticas dos jornais,
serão apenas um número
dessa alegria que, fere e mata,
pela negligência do poder; de mim, de nós...
(PEREZ SEREZEIRO)
José Roberto Perez Monteiro – SCSul – SP serezeiro@hotmail.com serezeiro@yahoo.com.br