EU, POETA

Não é tempo de poesia,

Há tantas guerras!

Que os poetas

Estão fora de estação.

Não existe mais paz

Aqui na terra

E a poesia perdeu sua razão...

Como é que eu vou poder

Falar de flores

Se existem mais bombas

Que jardins?

Eu, poeta não posso

Ver as flores

Com essas armas apontadas

Para mim...

E poema de bomba

Não tem graça

Já que tem a morte

Em suas mãos.

Uma coisa que apenas

Traz desgraça

Mata no poeta

A emoção...

Eu, poeta, olhava

Para a vida

Com a emoção de quem

Nasceu pra enxergar

A beleza exposta

Ou escondida

No céu, na terra

Ou no mar...

Mas como posso avaliar

Tanta beleza

Se a guerra

Ocupa-me o pensamento?

Eu, poeta,

Encho-me de tristeza

E a poesia morre

Em sofrimento...

Agrade a generosa contribuição do querido poeta e mais novo amigo Edson Gonçalves Ferreira.

Vamos fazer cartuchos florais

Assim, quem sabe, doravante,

As armas lancem perfumes

E, na suavidade dos aromas,

As pessoas reconquistem

Com a pluralidade das cores primaveris,

Uma nova vida Onde o ser humano

Reencontre o sorriso perdido

Onde os casais reencontrem

A frase mais boba

Talvez a mais cafona,

Mas que constrange qualquer coração:

Te amo, amo-te, te amo

E, repetindo-a constantemente

Se exercitem na ventura de amar

E, assim, verão que o amor

Vence todas as barreiras

Afinal, benditos são os puros de coração.

Divinópolis, 29/11/2010

Marsoalex
Enviado por Marsoalex em 28/11/2010
Reeditado em 01/12/2010
Código do texto: T2641598