PALÁCIO DA (IN) JUSTIÇA
PALÁCIO DA (IN) JUSTIÇA
Jorge Linhaça
Porto Alegre, 11/10/2006
Sob a marmórea imponência fausta
do prédio do palácio da (in) Justiça
dormitam corpos de vidas infaustas
abandonados da sorte, em semi-vida
A fachada imponente esconde o descaso
tudo é lindíssimo à quem olha da praça
enquanto os sem-teto jogados ao acaso
dormem abraçados à garrafas de cachaça
Nada mais paradoxal que esta vil cena,
representada em um teatro de horrores.
Quando o poder cresce a alma se apequena
e os que da justiça se fazem os senhores
fingem não ver e, não ser seu, esse problema
entretidos que estão com os seus labores.