Grandes Navios

Os grandes navios , que enferrujam pelos mares mercantis

Tornam à praia que semeou meu primitivo sonho

Ancorados invadem o horizonte da permissão do olhar

Querem limpar seus porões

A sujeira que desce dos navios ao mar apodrece

Os peixes morrem , água turva salgada imunda

O lixo do mundo despeja na minha falta de praia

Quero forçar meus tendões

Me banhar no oceano ao qual pertenço

Nas águas que me habitam por dentro

Mas não posso chegar ao mar

No vômito das embarcações

Areia meu calcanhar acompanha o mesmo exílio

Do mar derramado no ar , desperta a maresia

Nos homens da terra da praia dos navios

Ritual
Enviado por Ritual em 13/10/2006
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