Grandes Navios
Os grandes navios , que enferrujam pelos mares mercantis
Tornam à praia que semeou meu primitivo sonho
Ancorados invadem o horizonte da permissão do olhar
Querem limpar seus porões
A sujeira que desce dos navios ao mar apodrece
Os peixes morrem , água turva salgada imunda
O lixo do mundo despeja na minha falta de praia
Quero forçar meus tendões
Me banhar no oceano ao qual pertenço
Nas águas que me habitam por dentro
Mas não posso chegar ao mar
No vômito das embarcações
Areia meu calcanhar acompanha o mesmo exílio
Do mar derramado no ar , desperta a maresia
Nos homens da terra da praia dos navios