ausências
quando cheguei
o toque já havia se perdido
nas entrelinhas e agulhas finas do tempo
os olhares já não se cruzavam
e as faces ora transpareciam ignóbeis
ora se delatavam vazias...
indiferentes diante as ausências
seguiam os passos apressados para o futuro
qual? não há como saber...
pois a mão que pede acalento
é a mesma que implora alimento
implora saber
é a mesma que segurará firme as rédeas de algum futuro
uma tristeza pingou do meu olho
às ausências latentes na calçada
às diárias indiferenças
insensíveis, os passos seguiam
tudo eram engrenagens de um grande sistema pseudomoderno
a criança e sua mão estendida... ninguém viu
a lágrima esquecida
floresceu verso
sem vida
sem rima
ausente