Um Frio Social
Na noite um frio atroz
Fazendo-se de algoz, suportando... sorte?
Inverso do gozo, sofrimento sem voz
Na solidão: fantasma de mim mesmo, meu consorte
Desvairado, tremendo – este o andante das margens
Calado, o invisível – este o pensante das farsas
Frio – doer, co’a dor rezar – amanhecer escuras tardes
Em meio a todos ser notado, lembrado sem disfarce
Livrar-se das amarras – correntes eternas de agonia
É proletário – dor: explorado pela otária burguesia
Assim é o frio: congela a vontade, esvai liberdade
Aquecer: romper na noite, gritar – conclamar igualdade