A fome cega
Que vivam sobre minha calada voz,
estes saciados de fome e justiça,
cegos da ferida exposta e atróz,
comem o sedativo que esconde a cobiça!
Tem nome e rapina este momento,
de lábaro encarnado sob o amanhã,
embora o grito espalhado ao vento,
é assim ouvida a verdade flagrante e vã !
Cadê os olhos de toda a nossa gente,
inebriados em cálices que ocultam o sabor,
sempre é dificil assim ver o olhar que mente,
ou seria mais fácil, mais tarde, sentir a dor...?
A luz que deixa sob o mar a bela água viva,
só é vista na escuridão atraindo desatentos,
Pois sob a luz do dia não há quem a siga,
porque é mortal e enganoso o falso lenimento!
Malgaxe