Os Apóstolos das Trevas…

Não carregam o gatilho de uma arma

Ou pressionam botões nucleares

Estão sentados

Por detrás de confortáveis secretárias

De onde comandam

O destino dos mundos

Fazendo com que tu e eu

Obedeçamos

Sem realmente compreendermos que assim o fazemos

Porque a sagrada ignorância

Sempre foi a forma mais sagrada

Mais impoluta

Do seu poder…

Da mesma forma frívola com que eu acendo um cigarro

Eles acendem mais uma guerra

Decidem mais uma economia a derrubar

Não pelo dinheiro em si

Apenas pelo poder

O poder pelo poder

Que a sua forma antropófaga de existir

Têm de saciar…

E na sombra de um escritório

Manobram nas sombras

De reis, imperadores, presidentes, ditadores

Tendo a seu dispor

Todos os sistemas políticos

Que a eles entregam as suas populações

Acto de supremo sacrifício

Para que esses homens e mulheres sem rosto

Mas nada anónimos

Possam entre a nossa carne

O nosso sangue

As nossas cinzas

Celebrar

A vitória final

Sobre o pensamento

O nosso derradeiro recurso de resistência

Que fazem questão de aniquilar

Pois só

Entre quem nada sabe de nada

Realmente de nada

Eles podem os nossos destinos comandar…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 03/11/2010
Código do texto: T2594934
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