Os Apóstolos das Trevas…
Não carregam o gatilho de uma arma
Ou pressionam botões nucleares
Estão sentados
Por detrás de confortáveis secretárias
De onde comandam
O destino dos mundos
Fazendo com que tu e eu
Obedeçamos
Sem realmente compreendermos que assim o fazemos
Porque a sagrada ignorância
Sempre foi a forma mais sagrada
Mais impoluta
Do seu poder…
Da mesma forma frívola com que eu acendo um cigarro
Eles acendem mais uma guerra
Decidem mais uma economia a derrubar
Não pelo dinheiro em si
Apenas pelo poder
O poder pelo poder
Que a sua forma antropófaga de existir
Têm de saciar…
E na sombra de um escritório
Manobram nas sombras
De reis, imperadores, presidentes, ditadores
Tendo a seu dispor
Todos os sistemas políticos
Que a eles entregam as suas populações
Acto de supremo sacrifício
Para que esses homens e mulheres sem rosto
Mas nada anónimos
Possam entre a nossa carne
O nosso sangue
As nossas cinzas
Celebrar
A vitória final
Sobre o pensamento
O nosso derradeiro recurso de resistência
Que fazem questão de aniquilar
Pois só
Entre quem nada sabe de nada
Realmente de nada
Eles podem os nossos destinos comandar…