Urbanidade
Um saco de cola.
A falta de escola.
Um vidro fechado.
Um ar amarrado.
Um não de resposta
e a pobreza exposta
Um doce, moço?
Um doce, moço?
Um doce, moço?
Não me enche o saco!
Não tenho troco,
estou atrasado
e o sinal abriu.
Violência urbana.
Mendigos nas ruas.
A verdade gritante.
Nua e crua.
- Ninguém nos vê aqui!
Um doce, moço?
Quem quer um menino pobre?!
De noite, ele se cobre de “informação e cultura”
num canto de uma rua escura,
onde esquente o seu corpo
e descanse a alma pura.
Sua alma pura!
Um doce, moço?