Urbanidade

Um saco de cola.

A falta de escola.

Um vidro fechado.

Um ar amarrado.

Um não de resposta

e a pobreza exposta

Um doce, moço?

Um doce, moço?

Um doce, moço?

Não me enche o saco!

Não tenho troco,

estou atrasado

e o sinal abriu.

Violência urbana.

Mendigos nas ruas.

A verdade gritante.

Nua e crua.

- Ninguém nos vê aqui!

Um doce, moço?

Quem quer um menino pobre?!

De noite, ele se cobre de “informação e cultura”

num canto de uma rua escura,

onde esquente o seu corpo

e descanse a alma pura.

Sua alma pura!

Um doce, moço?

Samuel Neri
Enviado por Samuel Neri em 31/10/2010
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