VIDA EMBRULHADA.
Num embrulho disforme
Coloquei minhas tralhas
Esperanças contidas,
Minhas mágoas,
As poucas coisas que tinha.
E pela estrada,
Sem ninguém para saudar,
Pus-me a andar.
Andei sem destino
A procura de um mundo
Que fosse um desatino
Para as coisas que tinha
Guardadas no embrulho
Que talvez me servissem
Na busca de um tudo
Que tão pouco fosse
Mas que a mim ajustassem.
Cheguei onde achei
Ser o mundo ideal
Parei, descansei,
E o embrulho arrumado
Pelo chão desfiz
Pensando ter encontrado
Meu mundo feliz
E no embrulho encontrei
Entre tanta desfeita
As poucas coisas que tinha.
Junto às queixas
Minhas tralhas,
Minhas mágoas,
Esperanças contidas,
Minha vida.
( D`Eu)