Cidadão oculto

Meu teto é o céu

Na minha casa não há portas

Meu endereço não tem como passar,

Ele muda constantemente.

Eu não habito, simplesmente me habituo.

Faço da cidade uma tela

Por onde diariamente, assisto pessoas andando

E delas espero misericórdia

Quando me enxergam, no máximo sou visto como objeto

Por hora me olham com pena, mas na maioria das vezes

Olham-me com desprezo

Como se fosse minha opção aqui estar.

Essa cidade é tão fria que uso o álcool para me aquecer

E para me fazer viajar momentaneamente para longe,

Para longe da minha realidade de cidadão oculto.

Vinicius de Oliveira
Enviado por Vinicius de Oliveira em 30/10/2010
Código do texto: T2587966
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