Setembro em brasa
É de tardinha
e f l u t u a
no ar, longe, uma esfera vermelho-sangue,
como vigilante sinal de presságio.
Vêm as criminosas mãos de fogo
acariciando, num engasgo,
o verde sugado até a alma
pelas já labaredas de ciclone.
O inferno realmente é aqui.
primeiro o verde-amarelo-vermelho,
seguindo uma cortina
branco-espuma.
A vida, desimportante, foge
em desespero.
No fim, resta a tristeza
de um negro-cinza
entorpecedor,
amargo.
Após a noite
--velada por mil olhos
infernais --,
amanhece apenas, entre os rescaldos,
a triste beleza alta
dos negros esqueletos,
ainda de pé.