VOU-ME EMBORA

Quando vejo perambulando pelas ruas

Seres humanos, meus irmãos,

Sujos, desalentados, desnutridos,

Dos meus olhos escorre morno líquido

Em pensar na desventura de um povo

Órfão e tão esquecido!

Minh’alma fica mui abatida,

Então decido:

"Vou-me embora prá Pasárgada"

Lá o rei é amigo do povo,

Lá todos têm saúde educação e abrigo.

Aqui eu não sou feliz,

Lá o rei é meu amigo,

Lá hastearei "bandeira",

Terei o país que quero

Em terra que não nasci.

"Vou-me embora prá Pasárgada"...

zaque e Manoel Bandeira
Enviado por zaque em 26/10/2010
Reeditado em 17/03/2015
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