VOU-ME EMBORA
Quando vejo perambulando pelas ruas
Seres humanos, meus irmãos,
Sujos, desalentados, desnutridos,
Dos meus olhos escorre morno líquido
Em pensar na desventura de um povo
Órfão e tão esquecido!
Minh’alma fica mui abatida,
Então decido:
"Vou-me embora prá Pasárgada"
Lá o rei é amigo do povo,
Lá todos têm saúde educação e abrigo.
Aqui eu não sou feliz,
Lá o rei é meu amigo,
Lá hastearei "bandeira",
Terei o país que quero
Em terra que não nasci.
"Vou-me embora prá Pasárgada"...