Lobos vorazes espreitam a carne mórbida
Envoltos em seus olhos ensanguentados.
Insaciáveis guiam-se pelo instinto selvagem
No odor vislumbrado em desejos de fera.
A alma estremece sem saber tocada,
Pelo corpo escravo que se rebela.
Carnívoros enclausurados no ego que chora
Decaídos profanos em procissões insanas.
Vão em marcha os adoradores da morte
Em matizes desfiguradas de um inferno invisível.
Rasgam suas roupas numa razão entediada,
Destruindo suas fragéis mansões de argila.
Alimentam-se do féu de suas entranhas,
Ruminando a ignorância do entendimento.
Seus caminhos são rastros de ócio,
Reflexo de um tempo não vivido.
Abram-se as portas da liberdade aos desiguais,
Contrariando o sábio que insiste em aparecer.
Quebram-se as paredes do medo
E imagens de um outro lado convida á aventura.
Em caos distantes a tempestade brinca de modelar,
Deformando a soberba dos intocáveis.
Os jardins já não existem mais,
E suas flores murcharam antes de brotarem.
O céu se mostra revolto cuspindo raios,
Enquanto o homem desafia o onipotente.