Lepra

me empurram num canto.

tapam de sombras,

me cobrem de dor.

lazarenta!

descasco minha pele

e só faço chorar.

o bálsamo da vida

me é negado,

e meu destino

é a morte

dos sem ninguém.

arrancaram meu mundo,

consumiram meus castelos,

e destruíram todos

sonhos que ali plantei.

nada me resta!

peguem meu caixão!

a mortalha negra

que me cerca,

também a tomem!

já morro, num

deserto sem sol.

Maria
Enviado por Maria em 16/10/2010
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