Mães e mãos acolhem filhos,
cantam lírios, dor empasses
debaixo de caixas de frutas
e murchas folhas de alfaces

Bem ali onde teto é papelão
ladrilho é chão de jornais,
olhos vêem, são  andarilhos
quais pisantes; tantos nãos.

Incomoda a ti essa imagem?
Estilhaça um lampejo doído,
arranca poesia em passagem
vestida de versos banidos...

É tarde no cimento viaduto,
teu vulto nem é notado ali,
Mães e mãos cobrem filhos
pelas bocas à fome, que vi.




Mirea
Enviado por Mirea em 13/10/2010
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