Mães e mãos acolhem filhos,
cantam lírios, dor empasses
debaixo de caixas de frutas
e murchas folhas de alfaces
Bem ali onde teto é papelão
ladrilho é chão de jornais,
olhos vêem, são andarilhos
quais pisantes; tantos nãos.
Incomoda a ti essa imagem?
Estilhaça um lampejo doído,
arranca poesia em passagem
vestida de versos banidos...
É tarde no cimento viaduto,
teu vulto nem é notado ali,
Mães e mãos cobrem filhos
pelas bocas à fome, que vi.