Ode ao "boia fria"*
Jorge Linhaça
Nem o sol se ergueu ainda no horizonte.
e já sais, célere, para a tua lida inclemente;
esperas o ônibus do "gato" , suportas o afronte;
mas trabalhas, de sol a sol, incansávelemente.
Tuas roupas de lida, são quase que farrapos;
judiadas no afã de fazeres mil e uma colheitas.
Teu próprio corpo, se confunde aos trapos;
alquebrado, ao fim da jornada , chegas e deitas.
Sonhas dias melhores , sonhas respeito, dignidade,
sonhas não ver o pesadêlo das panelas vazias;
sonhas o sonho de uma sonhada igualdade.
Despertas na noite, acabou-se a tua utopia...
enches a garrafa de café, a tristeza te invade;
voltas à realidade cruel da vida de "boia fria".
* Boia-fria, é o nome que se dá ao trabalhador rural,
que durante a sazonal colheita, leva consigo uma marmita,
comida durante o dia, na própria lavoura, sem ter onde
aquece-la. comem portanto a comida ( boia) fria.
Jorge Linhaça
Nem o sol se ergueu ainda no horizonte.
e já sais, célere, para a tua lida inclemente;
esperas o ônibus do "gato" , suportas o afronte;
mas trabalhas, de sol a sol, incansávelemente.
Tuas roupas de lida, são quase que farrapos;
judiadas no afã de fazeres mil e uma colheitas.
Teu próprio corpo, se confunde aos trapos;
alquebrado, ao fim da jornada , chegas e deitas.
Sonhas dias melhores , sonhas respeito, dignidade,
sonhas não ver o pesadêlo das panelas vazias;
sonhas o sonho de uma sonhada igualdade.
Despertas na noite, acabou-se a tua utopia...
enches a garrafa de café, a tristeza te invade;
voltas à realidade cruel da vida de "boia fria".
* Boia-fria, é o nome que se dá ao trabalhador rural,
que durante a sazonal colheita, leva consigo uma marmita,
comida durante o dia, na própria lavoura, sem ter onde
aquece-la. comem portanto a comida ( boia) fria.