Primavera para José
Primavera para José
Para José o perfume da Primavera
Ainda anda um pouco assim distante.
Lá naquele chão ressecado de folhas secas
Ponto de ignição no tórrido chão.
A presença da fúria indomável pelo Brasil
Com suas enormes línguas vermelhas
Que a tudo devora com sofreguidão
Que mãos odiosas fizeram esta maldição?
Dói o coração de nosso Bom José
Ver-te amiga serrinha aquecida avermelhada
Grita, morre no calor de línguas devastadoras.
Sem forças para fugir da ação predadora
Até mesmo aquelas nossas chuvas furiosas
Que tantas vezes devastaram, desabrigaram,
Não vieram em socorro desta agonia
Aos olhos de José que lacrimejaram.
Angustia e dor José sente um alento
Que sua Primavera parece estar perto
Vem de um canto melodioso pelas manhas
No cantar sonoro do Sabiá Laranjeira.
Baseado em recado enviado pelo Jose das Mercês, itabirano assim como eu, aqui do Recanto das Letras. Sobre incêndio que devastou grande parte de uma serra em Itabira, onde fica montada a casa do poeta Carlos Drummond de Andrade, local onde na infância muitas vezes escalávamos na busca de frutos silvestres.
Publicado em http://mineirinho-passaredo.blogspot.com/
Toninhobira
01/09/2010