COMPULSIVO-INSENSATO
Na translucidez das vitrinas
Me vejo tal e qual vacilante consumidor
Se ele sabe
Desejo que não
Mas no olho desse labirinto de coisas
Onde alienado flutuo
Por entre favos de luz, e farejo
Uma agonia própria; bebo devagar.
De vez em vez balanço a cabeça
Olho de perfil, quase infeliz
Na ambigüidade do ter crédito
Respiro profundamente, apaziguado
Abstenho-me do desejo
Compulsivo insensato, que entresilha
O bolso do minguados trocados.