Nos porões da Inocencia

Nos porões da inocência.

Ou de como sem voz continua gritando.

A vontade de gritar no meio do meu canto

É da tua surdez de não me ouvir enquanto

Lagrimas que secas, não inundam meu pranto.

Na angustiante procura de vida em acalanto

Livro-te dos mimos, eu quero mais é teu encanto

A vontade que me invade vem desta distancia

Da fria falta de atenção de quem me rodeia

Não vês que não posso fugir desta cadeia

Que me impõe regras e limitações noite e dia

Numa vida sem graça que me empurra na apatia

Nem de ti figura intocável por Deus desenhada

Perdida em tua mais valia correria de vida desvairada

Não entendes minha angustia na dor abafada

Danças comigo de pés atados a musica sonhada

Não vê meus caminhos limitados da vazia vida

Um pássaro sem asas, a vontade de voar perdida

Para longe desta selva com seu canto despedida

Reviver num vôo a liberdade aqui tão prometida.

Apenas uma inspiração arrancada da garganta dos que não podem expressar suas angustias e decepções, bem como seus medos e desejos, aos que chamamos especiais.

Toninhobira

06/09/2010

Toninhobira
Enviado por Toninhobira em 10/09/2010
Código do texto: T2489923
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