Frente ao hospital
sinto a dor do fim do mundo.
Gargarejo aflições
entre espantalhos esquálidos,
com suas pernas de aço.
Plantam-se na madrugada,
à beira de abismos profundos.
Do outro lado da rua,
como se estivesse incólume,
cuspo a gosma planetária.
Sentindo entre as tripas
mexer-se ruidosa solitária.
Um átomo regurgita
o tombo vertiginoso,
o que a sociedade tomou
às almas involuntárias..
Porém, frente ao hospital,
viajo esta existência vil
Que enxerga na morte, o caos
e na rebeldia, todo o mal.