Desejo Maternal?...

Viver nessa imaculada sociedade,

Entre a razão, mentira e a verdade...

É um manto social?...

Vedes a desigualdade ancorada

Na injustiça cega e desordenada...

Um desejo maternal?...

A lei do silêncio que nos emboca

Sob o império que a dor sufoca —

Injustiçada tunda;

Amordaçada em regimento ardente,

Do bel-prazer na dança do ocidente —

Vossa nudez corcunda.

Nas correntezas que vinham do Norte,

Trazendo mantos da mascarada coorte —

Soprada pelos ares...

Que um dia o falsário eternizou à glória

De liberdade — extraída por vós inglória,

Derramada a cobres.

Sim, os manifestos vindos do monte,

Para cá embaixo no celeiro da fonte —

Regida pelo vento...

Pelos deuses que outrora condenastes,

Irrespondivelmente sob os estandartes

Do descontentamento.

Mesmo que o passado esteja infecundo,

Em vossas lembranças do caos profundo,

Numa cruel tortura...

Regendo as ondas humanas, desumanas,

E amargadas em suas visões soberanas —

Sombria sepultura!

Paulo Costa

Maio de 2006.

Pacco
Enviado por Pacco em 10/09/2010
Reeditado em 06/10/2011
Código do texto: T2489699
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