Desejo Maternal?...
Viver nessa imaculada sociedade,
Entre a razão, mentira e a verdade...
É um manto social?...
Vedes a desigualdade ancorada
Na injustiça cega e desordenada...
Um desejo maternal?...
A lei do silêncio que nos emboca
Sob o império que a dor sufoca —
Injustiçada tunda;
Amordaçada em regimento ardente,
Do bel-prazer na dança do ocidente —
Vossa nudez corcunda.
Nas correntezas que vinham do Norte,
Trazendo mantos da mascarada coorte —
Soprada pelos ares...
Que um dia o falsário eternizou à glória
De liberdade — extraída por vós inglória,
Derramada a cobres.
Sim, os manifestos vindos do monte,
Para cá embaixo no celeiro da fonte —
Regida pelo vento...
Pelos deuses que outrora condenastes,
Irrespondivelmente sob os estandartes
Do descontentamento.
Mesmo que o passado esteja infecundo,
Em vossas lembranças do caos profundo,
Numa cruel tortura...
Regendo as ondas humanas, desumanas,
E amargadas em suas visões soberanas —
Sombria sepultura!
Paulo Costa
Maio de 2006.