UM RIO DE LÁGRIMAS
Um negro sangra
Preso ao tronco
Respira pela última vez
Deixando a herança maldita
Para o filho
Pequeno escravo
Abraçado a sua perna
Derramando um rio de lágrimas.
Um negro sangra
Quando ganha a liberdade
Sem emprego
Sem moradia
Sem estudo
Tornando-se um indigente
Vendo os filhos pedindo comida
Derrama um rio de lágrimas.
Um negro ainda sangra
Excluído da sociedade
Livre pelas Leis
Prisioneiro do Sistema
Que o obriga a pedir
Para sobreviver
Cada centavo negado
O faz derramar um rio de lágrimas.
Um negro agora ri
Pelas conquistas
Vendo seus direitos votados
Aprovados e executados
Não é tudo que sonhava
Mas, já sabe o que fazer
Por onde poder trilhar
Sem derramar um rio de lágrimas.