Final do tempos
Que fatalidade esta toda indiferença,
rumina o homem a crua realidade,
na fuligem voadora, tanta e fria ofensa,
a criar segunda pele na antiga e bela cidade!
Como numa cênica aparição entre baratas,
insone anda o homem fazendo o que nunca fez,
o ar entorpece suas narinas sujas e pacatas,
e a manhã o encontra coberto em sua estupidez!
As chaminés pelos big bens anunciam o vomitar
de chagas levadas a longinqua e inóqua inocencia,
que fatal martírio enfrenta a infante vida em seu lar,
sufocada pela razão perdida e inerte da demencia!
Esta aquarela caótica não verte da imaginação poética,
não volve o homem o olhar a este claro e frio sinal,
é inspiração saída de esgotos esta falta de ética,
é a fatalidade da espera do anunciado juizo final!
Malgaxe