DEPOIS DA PONTE

Da ponte p'ra cá,

parece que o sol é diferente,

e a chuva que cai sobre essa gente,

é como uma espécie de água que vai ao mar.

Já não se vê as outras árvores,

nem a simplicidade nos favores,

nem o ar que sentimos puro,

não respiramos mais. Já é tempo escuro.

Os animais são mais ferozes,

como se tudo aprende de homens atrozes.

As crianças já não brincam com a bola,

nem pela semana toda vão à escola.

Os pensamentos são curtos, atrofiados,

os entorpecentes são livres

para loucos, insensatos e viciados.

OBSERVAÇÕES. Edinaldo Formgia. São Paulo: 24/08/10.

Edinaldo Formiga
Enviado por Edinaldo Formiga em 31/08/2010
Reeditado em 01/09/2010
Código do texto: T2470352
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