DEPOIS DA PONTE
Da ponte p'ra cá,
parece que o sol é diferente,
e a chuva que cai sobre essa gente,
é como uma espécie de água que vai ao mar.
Já não se vê as outras árvores,
nem a simplicidade nos favores,
nem o ar que sentimos puro,
não respiramos mais. Já é tempo escuro.
Os animais são mais ferozes,
como se tudo aprende de homens atrozes.
As crianças já não brincam com a bola,
nem pela semana toda vão à escola.
Os pensamentos são curtos, atrofiados,
os entorpecentes são livres
para loucos, insensatos e viciados.
OBSERVAÇÕES. Edinaldo Formgia. São Paulo: 24/08/10.