RETRATO DE UMA VIDA

Por favor, não temas, não lhe farei mal.

Eu não vagabundo, tampouco um marginal.

Não lhe peço dinheiro, ou piedade.

Sou um ser humano de verdade.

Sei que estou imundo.

Mas, eu sou igual a todo mundo.

Não sou animal, apesar de viver como tal.

Talvez minhas roupas sujas ou minha barba por fazer, lhe traga má impressão.

Mas pode ficar tranqüila tenho coração.

Machucado.

Chagado.

Mas não amargurado.

Vivo nas ruas, não tenho casa.

Não tenho trabalho, nem mesmo um amor.

Mas apesar disso, não sofro, não tenho rancor.

Como companhia, tenho o dia e a noite.

A lua e sol.

O calor e o frio.

O vento e a chuva.

Mas não se iluda.

Pois, não desanimo.

Me vejo sorrindo.

Num futuro a chegar.

Eu tendo um barraco, lindo, para me esquentar,

E com água quente aonde vou me banhar.

Aí ficarei bonito, pois, vou me cuidar.

E você, comigo, não vai mais se assustar.

Mas, por enquanto deixe-me aqui.

Não tenho para onde ir.

Estou com fome.

Desculpe!

Não se assuste!

Vou mexer no seu lixo, não queira me escorraçar.

Não parece, mais preciso me alimentar.

Após matar minha fome. Irei embora, não vou nem olhar para traz.

Com certeza não nos veremos jamais.

Seja feliz e tenha muita paz.

Marc Souz
Enviado por Marc Souz em 26/08/2010
Código do texto: T2460644
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.