Almas do morro.
O fino som nas lonjuras ouvidos,
vem do entremeio do labirinto ao sol,
não é ribombar de fogos e festas,
é a sina dita de quem só o morro tem.
Ver pelos olhos do poeta é tudo assim,
é toda bruma que passa ao estranho surreal,
a alma humana aceita as vezes amargo fim,
na favela a tempestade parece ser tão natural...
Gostaria de tudo encerrar na voz do vento,
que leva o fato, que leva o ato, que leva a fé,
o malogro de respirar algum perfume vindo dali,
morre num longo e interrogativo [Pois é...?]
Este pasmo tem o desfalecer faminto infantil,
exposto na cerração vespertina da favela,
e entre a maldição deste violento ódio vil,
crianças são lágrimas nesta fria aquarela!
Malgaxe