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O Poeta Guardou A Cartola

Da cartola dos versos tirei a esperança, a transformei em pequena criança, e exclamei com um fervor sem lembrança, o mundo é teu vá o transformar, em seu olhar enxerguei as mudanças, contemplação de tanta abundância, que da magia poética foi se originar;

O pequenino exclamou prontamente, labutarei demasiadamente, serei um incansável ser que sente, no peito meu repousa um esperançar, voltarei tão logo sorridente, semearei voraz e eloquente, visitarei cada lugar, é chegada a hora, a missão é urgente, poeta rabisque sorte em meu caminhar;

A criança se deparou com a arrogância, com o asco, e a intolerância, não entendia aquele lugar, viu gente matando gente, tanques de guerra, gritos estridentes, cheiro de pólvora, ambição a reinar, soldados iludidos combatentes, gana por mais, justificativa indecente, em meio ao sangue diluído ao chorar;

No caminho observou sorridente, as terra férteis, o trigo a brotar,cardumes de peixes no verdejar do mar, riqueza de flora, fauna, mas,não entende, o porquê de fazerem dos diversos tipos de sementes,dos palmos de chão, dos peixes que nascem naturalmente, e de toda riqueza que Deus sem cobrar nada nos dá, moeda de troca voraz e que não sente, o doer da fome e o frio que congela estridente,o menino chora observando esta gente, que vende a saciedade, o nutriente, mendigos os verdadeiros combatentes, sem fardas, com fome e sem lar;

Observou a fé que aqui se vende, falsa salvação que querem proclamar, o menino não aceita este tipo de gente, que das palavras divinas fazem o arrecadar, estupefato ora comovente, meu pai do céu aqui não é meu lugar, tenha compaixão destes seres descrentes, que com palavras bonitas só enganam e mentem, não estás a venda, moras dentro da gente,nossos corações querem barganhar;

A criança caminha descrente, instrospecções invadem sua mente, exclama ao poeta que quer retornar,foi antendida prontamente, em rabiscos o poeta antecipou o regressar, de uma criança que outrora valente, extasiada com uma aflição latente,para o mundo dos sonhos anseia voltar;

O pequeno chegou amargurado, com o coração dilacerado, tantas mazelas que cansam o penar, me olhou desconfiado, e um pouco emocionado, antes de na cartola adentrar,me perguntou sorrateiramente, com seu encantar envolvente, o porquê de eu abruptamente o criar, o coloquei em minha frente, e tão logo de repente comecei o meu explicar;

Dos rabiscos que o poeta sente, e das palavras que saltam das mentes,implorando para se libertar, há de se atender mais prontamente, a aquelas que podem mais sutilmente,atingir alguma mente, quando alguem a vislumbrar, do encantado de minhas intemperanças, virastes pequena criança,és formada de papel com tinta, de palavras desconexas que saltitam, mescladas com meu indagar, terei a eterna lembrança, daquela tão brava criança que anseiava modificar, um mundo desconhecido,e que voltou com o coração aflito, desolada com o deparar, te prometo não serei insensato, retorne para o mundo encantado, onde o amor é o maior legado, e não precisa tanto questionar, te chamas necessária esperança, na pele de uma criança, em ver o mundo um melhor lugar;

O pequeno com os olhos marejados,em um passo de mágica se desfez, o poeta guardou a cartola, e as palavras que outrora, um sonho lhe refez, a criança poeticamente ainda chora, no encantado dos declamares ela mora, em um mundo sem insensatez.









O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas)
Enviado por O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas) em 15/08/2010
Reeditado em 17/02/2011
Código do texto: T2439652
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