Catástrofe Infantil
No sonho claro da vigília
Meus olhos enxergam a rua,
Vejo crianças maltrapilhas, quase nuas,
A desfilarem ao relento à luz do dia...
Crianças abandonadas, sem escola,
A causarem toda sorte de horrores,
Assaltam senhoras, roubam senhores
E se camuflam no seio de pseudo-esmolas...
Vivem livremente em avenidas e estradas,
Órfãs da dignidade e da compaixão,
Matam abusivamente responsáveis cidadãos
Numa sociedade hipócrita e desequilibrada...
Crianças sem educação, sem família,
Filhos de pais que exercem a violência,
Criaturas que não sabem o que é decência
Cujo futuro serão vítimas das próprias armadilhas...
O mundo cresce sujo e desordenadamente,
Dos governantes incapazes nada mais se espera,
Uma infra-estrutura educativa para abolir as favelas
É um sonho apócrifo, imundo e indiferente!
Dalva de Oliveira / Ivan Melo