“Tu, pessoa nefasta”
Como bichos vão chegando,
invadem vidas, destroem sonhos, apodrecem esperanças.
São mansos e perversos, certeiros e convictos.
Enganam mentes e corpos, jovens, velhos, esquecidos.
São noites sem luas, estrelas solitárias
cercados de falsas fagulhas.
Sem brilho próprio, sem amor próprio,
sem coisa nenhuma.
De casa em casa, de porta em porta.
Brigam entre si, se estapeiam...
Tomam café, sopas e geleias.
Astronômicos fanfarrões, pesos mortos, lepras incuráveis.
Ele chegam, se apoderam e ninguém ousa destruí-los.
Ratos e vermes, bichos escrotos da canção.
Matam por amor a si mesmo e destroem por inamor aos demais.
Mentiras, covardias e destruição.
São porcos parcos de caráter.
São caráteres incolores,
inodoros abutres rasos,
voos cegos, espantalhos do cotidiano.
Víboras de asas, anjos tortos, malévolos.
Quase nada de nada... pouco caso.
Genocidas institucionais, torturadores.
Os ratos rompem a escuridão.
Afiados e covardes, vencem a esfera da honra,
mas nunca honra terão.