Poesia Indigente
Quizera fazer um poema,
Desses que atrairiam a toda gente badalada,
Como uma etiqueta pregada na roupa,
Palavras de eleva da extirpe...
Quem sabe eu poderia vendê-las,
Em uma dessas maisons trés chics.
Mas minha poesia
É uma criança remelenta,
De nariz escorrendo,
Com o rosto colado no vidro fechado do carro.
Minha poesia anda faminta, ignorada e pobre
Dona e senhora das ruas tumultuadas.