Somente sem Sentido

Só sendo cego,

Para não enxergar este país injusto,

E não sofrer com tanta impunidade,

Pais de família morrendo todo dia,

Em quanto os marginais reinam engravatados,

Inertes diante da desventura geral,

Que em nada os atinge.

Só sendo surdo,

Para não ouvir a angustia dos menores,

Padecendo de fome, dor e abusos,

Sendo feitos de bandidos,

Guardados por uma lei que a ninguém protege,

Como será no futuro?

Só sendo mudo,

Para ficar calado,

Para não desejar gritar,

Pedindo uma mudança,

No caráter e nas atitudes,

Como diria o poeta:

“Começando pelo homem no espelho”.