CONTAMINAÇÃO
Não consigo mais achar normal
As coisas que me circundam
Nessa cidade maluca
Toda cinza, fedida, imunda
Sinto-me contaminado
Na comida, saúde e lazer
Seja nas relações sociais
Onde o que mais interessa é o poder
Necessito fugir, sumir, me esconder
Como se fosse paciente de clínica
Que quer parar de fumar e beber
Nem me venha com cara de cínica!
Meu problema é bem diferente
Contaminado nem sei com o quê
Acredito que a vida que levo
Não é aquela que mereço ter
Vou-me embora da selva de pedra
Ser feliz de verdade e viver
Tem doenças que até já tomaram
Meu direito de pensar e escolher
Nome disso é “êxodo urbano”
O futuro que pude prever
Com certeza é ida sem volta
Mas só lá saberei quem vou ser!
Bandana
(05/07/2010)