Os olhos de João
Os olhos de João não tinham brilho
Destacavam-se no seu rosto pálido
E jaziam enfeitados de tristeza
Amargura
Desesperança.
Eram olhos cansados
Cansados de carregar o argueiro
Pontiagudo
A perfurar-lhe as escleróticas
Como sofria!
Seu olhar era reflexo de ódio.
Qual ave de rapina
Os olhos de João eram agressivos
Contemplavam cada indefeso
Que feria.
João foi prisioneiro dos seus olhos
Frios como mármore
Até senti-los aquecidos
Pelas lágrimas
Fluindo dentro das suas pupilas
Como um mar de delícias.
João estava livre do ódio
Então, chorava
Seu choro era reflexo de alegria
Pela vida nova com Cristo.
Seu choro tornou uma linda
Canção de liberdade.
Poesia inspirada em história real e publicada no livro O Sol da Justiça, de Onã Silva