Os olhos de João

Os olhos de João não tinham brilho


Destacavam-se no seu rosto pálido

E jaziam enfeitados de tristeza

Amargura

Desesperança.

Eram olhos cansados

Cansados de carregar o argueiro

Pontiagudo

A perfurar-lhe as escleróticas

Como sofria!

Seu olhar era reflexo de ódio.

 

Qual ave de rapina

Os olhos de João eram agressivos

Contemplavam cada indefeso

Que feria.

 

João foi prisioneiro dos seus olhos

Frios como mármore

Até senti-los aquecidos

Pelas lágrimas

Fluindo dentro das suas pupilas

Como um mar de delícias.

 

João estava livre do ódio

Então, chorava

Seu choro era reflexo de alegria

Pela vida nova com Cristo.

 

Seu choro tornou uma linda

Canção de liberdade.

 

Poesia inspirada em história real e publicada no livro O Sol da Justiça, de Onã Silva 

Onã Silva A Poetisa do Cuidar
Enviado por Onã Silva A Poetisa do Cuidar em 24/07/2010
Reeditado em 24/07/2010
Código do texto: T2397322
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