Xadrez

Todo dia carrego ideais

Sou cheio de sonhos, cheio de planos

Sou um ser adaptável

Reflexo da necessidade.

Me camuflo; visto um véu branco.

As pessoas me olham e me vêem de branco

Da paz, da igualdade.

Por instante padronizado

Encontro liberdade.

Os olhos me fitam como quisessem me conhecer

Mas às vezes pressupõem a minha nudez

E despido estou como sou

Sem o véu branco pareço diferente

Os olhos agora se esquivam espertos

Certos de que não sou mais eu.

As portas estão trancadas, pois estou nu.

A nudez que ninguém quer ver

No mesmo tabuleiro

Reis, bispos, peões, nus e vestidos

Transformando o destino

e mesmo divididos

Oriundos da mesma espécie.

Outubro 2006

Giovanni Bonfim
Enviado por Giovanni Bonfim em 21/07/2010
Reeditado em 27/12/2014
Código do texto: T2391315
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