Xadrez
Todo dia carrego ideais
Sou cheio de sonhos, cheio de planos
Sou um ser adaptável
Reflexo da necessidade.
Me camuflo; visto um véu branco.
As pessoas me olham e me vêem de branco
Da paz, da igualdade.
Por instante padronizado
Encontro liberdade.
Os olhos me fitam como quisessem me conhecer
Mas às vezes pressupõem a minha nudez
E despido estou como sou
Sem o véu branco pareço diferente
Os olhos agora se esquivam espertos
Certos de que não sou mais eu.
As portas estão trancadas, pois estou nu.
A nudez que ninguém quer ver
No mesmo tabuleiro
Reis, bispos, peões, nus e vestidos
Transformando o destino
e mesmo divididos
Oriundos da mesma espécie.
Outubro 2006