Mancha profunda

Mancha profunda

Ouço gritos ecoando em ouvidos surdos.
Sinto a dor de quem não pode reclamar.
Vejo o amor perdido em corações de pedra
E o medo que faz calar no peito a revolta
Os gritos são mudos vindos do fundo
Nas águas profundas onde a terra sangra
Vidas se perdem sem que nada seja feito
Uma mancha mortal envenena tudo que toca
Os puros de alma morrem inocentes enquanto
A força e a incompetência dos homens do norte imperam
Tolos e arrogantes não ouvem a voz da razão
O gigante faminto feito gafanhoto dilacera nossa terra
Pisa o nosso passado, humilha o nosso presente
E sem piedade destrói nosso futuro.
Enquanto seu povo ora, vive e morre pelo seu deus verde
Pena que esse mesmo deus não tenha sentimento.
Pois é de papel.


Paulo Siqueira Souza
Enviado por Paulo Siqueira Souza em 19/07/2010
Reeditado em 19/07/2010
Código do texto: T2387721
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