INUMANA HUMANIDADE
Na miopia moral desses olhares modernos
E nas ilógicas palavras saídas de estúpidas bocas
Putrefação dos olfatos
Audições de dejetos sonoros
Analfabetos tatos
Natimortos paladares
Amanheceres hipócritas
Medíocres entardeceres
Noites nefastas
Primaveras defloradas
Cancerígenos verões
Outonos desfolhados
Invernos de ilusões
Céus de chumbo
Radioativas nuvens
Chuvas ácidas
Rios de esgotos
Indiferentes mares
Ares mortais
Matas desnudas
Sociáveis aberrações
Sanguinários capitais
Interesseiras emoções
Amores descartáveis
Sexos complexos
Cifrões em corações
Paixões estéreis
Dementes reflexos
Supérfluos desejos
Sementes mentecaptas
Abortados germinares
Inférteis crescimentos
Negros floresceres
Desumanos frutos
E nesses antros
Humanos altares
Inumana humanidade
LEILSON LEÃO