De quem é a culpa?

Vivemos subjugados a progenitores autoritários

Sofremos calados a revolta da intolerância

Sentimos na pele o peso da autoridade

Jamais nos atrevemos a desautorizá-los

O respeito era a palavra de ordem

Sobrepunha-se à força dos afectos

Castrados tornámo-nos permissivos

Dir-se-ia demasiado complacentes

O trabalho absorve-nos

A competitividade engole-nos

A tecnologia substitui-nos

O amor que não recebemos

Pela distância que o respeito exigia

Compramo-lo, agora, em bens materiais

Os nossos filhos não os vemos

Nós entramos, eles saem

Não os ouvimos, não há tempo

Não estamos atentos aos sinais

Nada disto rima, não interessa

A pergunta faz-se necessária

Somos agora melhores pais?

Fana
Enviado por Fana em 19/07/2010
Código do texto: T2386306
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