De depois em diante
O que será permitido do depois em diante?
As coisa ainda andarão no meio da noite sem pernas?
... A noite é que não tem pernas!
Eu te encontro na superfície das palavras.
Eu te demito no fundo dos órgãos sem fundamento.
...Os órgãos é não que não tem fundamento!
Continuemos sóbrios no poder das horas, a vaga lembrança de que esqueceu de si em algo.
Falemos devagar porque as línguas podem se soltar, e a garganta descalça muito não pode correr.
Tem estrelas no ar e isso não é normal. Eu, sempre eu tenho que interpretar tudo! Porque essa maldita não tem ritmo, é assim tão longe e caro propor uma harmonia?
À Maura, à Laura, à Daura os dedos cansam. Elas nem vão em si mesmos, nem mergulham no fundo das almas para desafogar a criança que tem lá. A sádica, a seita e a santa respiram embaixo desta cortina chamada água.
... A água que é dela mesma.
Porta retrato vazio, os ossos mais trincados, o tapete espalhado no lugar errado. A família portátil moveu-se dezoito passos e meio. A solidão os mordeu na perna, ela tinha raiva... O que acontecerá a este Vietnã particular? Quando até o piano parar, quando ser grande não tiver mais graça, em qual caixa colorida vão guardar a guerra de brinquedo?
O áudio que não degela. Elas até pretendem falar, mas seu eu tivesse a mordaça de ouvir.
Alguém, não está surdo ainda, os quilômetros se pesam na balança, uma Andrômeda cheia de fobias. O que dirá a previsão do tempo? O que prevê o que o tempo fala? E se ele mudar de idéia, quem vai saber?
’’ Sol com muitas nuvens durante o dia. Períodos de nublado, com chuva a qualquer hora.”
Afundar-me no corpo do invisível, as linhas que não se vêem são propositais porque a gente já vê demais. Nadar pela parede concreto, espreguiçar-me nas amarras de uma forca apertada.
“Máxima de 20º e mínima de 16º.”
O fim nunca foi tão chuvoso engraçado.
...O fim é engraçado.
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Douglas Tedesco – 18 de julho de 2010 – 15h e 34 min.