Central do Brasil
O que será que passa nessa cabeça pensante,
Dessa outra bela, jovem tão interressante.
O que ela deve estar pensando agora,
Não demora,
Ela pega seu ônibus e vai embora.
Com seu segredo guardado,
Um bilhete escrito de um namorado.
Reclama da condução que estava lotada,
Mas cede o lugar à um idoso que se sentava.
O que será que passa,
Nessas tão curtas mini saias.
Nas calçadas,
Andam descalças,
Tantas tintas no rosto,
Vitrine corpo,
Bolsas tão baratas que rodam, se vendendo por tão pouco.
O que será que passa, comida,
Nessas bocas de estômago tão vazias.
Nas esquinas quase desnudas,
No playground da casa da rua,
Nas sacolas havia cola,
Um pedido, uma esmola,
Almoço e jantar inexistente, sem casa, muito menos escola.
O que será, antes tivesse mentindo,
O olhar frio de um bandido,
Ando e olho,tantos ali indefesos,
A minha vida sem o menor valor ou preço,
Pátria mãe gentil,
Tantos filhos entregues ao frio.