Memórias da minha raça
Desde o inicio, neguei;
E de tanto negar,
Acreditei que era possível,
Construir outra verdade,
E de tanto acreditar,
Nesta nova verdade
Passei a ensinar;
A nova verdade;
Que em mim construí,
Esqueci qualquer passado;
Menti, sobre o tempo,
Fantasiei historias...
Vivi vidas, que não a minha!
Criei o mito...
Civilizações inteiras,
Fases e artes,
Fiz retrato em pose medida;
Elaborei uma nova língua;
Construí outras arquiteturas,
Mudei a cor da minha pele,
Vesti outros linhos,
Abandonei o algodão,
Ironizei o tecelão;
Tornei-me outro cidadão!
Só não sei de onde vem,
Esta lembrança,
Quando soa a musica
Das estrelas e eu olho o céu escuro
Da minha aldeia;
Tenho esta saudade,
Que incendeia minh’alma
E não me deixa dormir;
Sobre os louros das minhas
Conquistas milenares!
Quem és tu? Pergunta o tique taque
Do relógio de parede.
Onde estas agora?
Por quem chora tua mãe?
Em qual terra esta teu umbigo?
Quem és tu amigo?
Confesso que na aparência,
Sou eu mesmo, e não nego minha ascendência,
Mas, percebo que não sei;
Ou não mais lembro,
De onde vim, quem sou, ou porque neguei,
Se cortar meu pulso,
Verei o sangue vermelho
Dos meus pais, se eu olhar o céu;
Verei a estrela que foi minha guia;
Se tocar a flor, terei saudade;
Da textura das flores de minha terra,
Terei saudade do amor que me vigia,
Vestido em preto, branco, vermelho, amarelo!
Desde o inicio, neguei;
E de tanto negar,
Acreditei que era possível,
Construir outra verdade,
E de tanto acreditar,
Nesta nova verdade
Passei a ensinar;
A nova verdade;
Que em mim construí,
Esqueci qualquer passado;
Menti, sobre o tempo,
Fantasiei historias...
Vivi vidas, que não a minha!
Criei o mito...
Civilizações inteiras,
Fases e artes,
Fiz retrato em pose medida;
Elaborei uma nova língua;
Construí outras arquiteturas,
Mudei a cor da minha pele,
Vesti outros linhos,
Abandonei o algodão,
Ironizei o tecelão;
Tornei-me outro cidadão!
Só não sei de onde vem,
Esta lembrança,
Quando soa a musica
Das estrelas e eu olho o céu escuro
Da minha aldeia;
Tenho esta saudade,
Que incendeia minh’alma
E não me deixa dormir;
Sobre os louros das minhas
Conquistas milenares!
Quem és tu? Pergunta o tique taque
Do relógio de parede.
Onde estas agora?
Por quem chora tua mãe?
Em qual terra esta teu umbigo?
Quem és tu amigo?
Confesso que na aparência,
Sou eu mesmo, e não nego minha ascendência,
Mas, percebo que não sei;
Ou não mais lembro,
De onde vim, quem sou, ou porque neguei,
Se cortar meu pulso,
Verei o sangue vermelho
Dos meus pais, se eu olhar o céu;
Verei a estrela que foi minha guia;
Se tocar a flor, terei saudade;
Da textura das flores de minha terra,
Terei saudade do amor que me vigia,
Vestido em preto, branco, vermelho, amarelo!