O ENCONTRO NO ELEVADOR
No elevador entra um casal de fino trato.
A madame embala uma cadela,que é sua vida.
Esse animal recebia mais atenção que muitos humanos.
Era a ‘corda’ do coração dos Hermanos.
No décimo segundo andar entra um jovem estudante,
Que voltava de uma visita ao filho de um comandante.
Lá fora recebido com respeito e afeto,
Mas no elevador... Passou o maior vexame.
A madame franze a testa,se encolhe, temendo ‘contágio’.
Sua pele é tão clarinha! Tenta evitar qualquer contato.
Não disfarça sua aversão. Se pudesse sairia no ato!
O ar já lhe faltava. Estava tendo um enfarto?
O moço fez-se de desentendido; estava ‘preparado’.
Sabia que o preconceito ainda era um fato.
Naquele momento deparou-se com aquele casal,
Que apesar do alto nível, tinha coração sepulcral.
O motivo já sabia: era por causa de sua raça.
Poucos se dispunham ao seu conteúdo avaliar.
Sabia que sua luta seria pela vida toda;
Mas fora educado para não se alterar.